“ Conceição, eu me lembro muito bem… Vivia no morro a sonhar com coisas que o morro não tem…” canção de Cauby Peixoto que era uma de suas preferidas. Quando nos encontrávamos , envolvidas por um abraço e tomadas por grande alegria a cantávamos juntas .

Nascida em São Paulo de família paulista e mineira teve uma irmã e um irmão já falecidos. Formada em pedagogia e administração escolar teve uma vida de professora e diretora em colégios estaduais em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Com quase 30 anos de idade e com uma invejável experiência pedagógica entrou para a Congregação em 1957. Fez toda a sua formação religiosa em São Paulo. Em seguida trabalhou no Colégio Santo Agostinho e no Stella Maris em Santos. Fez cursos de formação catequética em Paris marcando a vida de muitas irmãs europeias com sua simpatia, humor e abertura de espírito.

De volta ao Brasil tornou-se diretora do Instituto Superior de Pastoral Catequética ( ISPAC) de 1967 a 1972. Este funcionava no Colégio Santo Agostinho junto com o Instituto de Teologia ‘Mater Christi’ cuja diretora era Ir Jeanne. Esses cursos se fecharam com o fechamento do Colégio Santo Agostinho.

Em 1972 Conceição foi convidada a dar aulas de teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e lá permaneceu por muitos anos. Foi uma professora de teologia, muito apreciada por seus alunos e alunas e sobretudo pelos colegas, com os quais pode fazer um trabalho de excelência reconhecido nacionalmente.

Em 1999 por conta de sua competência e seu título de diretora de escola Conceição , a pedido da Congregação tornou-se diretora do Colégio Nossa Senhora do Morumbi até 2003.

Em seguida, incentivada por amigos e ex-alunos em 2004 muda-se para o nordeste, para João Pessoa onde por vários anos ministrou cursos de

teologia no Seminário Diocesano da Paraíba. Habitava num pequeno apartamento com seus livros e além das aulas orientava as teses e trabalhos de muitos estudantes. Depois de alguns anos foi morar na comunidade dos Ipês com as irmãs Isabel Sofia, Graça e Valéria e continuou seus contatos com ex-alunos e pessoas do bairro.

Em 2018 fragilizada pela idade e pela saúde veio a São Paulo, Casa São Pedro onde permaneceu até o final de seus dias.

E agora como diz a canção que tanto amava “ subiu… para ser eternamente Conceição”. E, na saudade e na ação de graças por sua vida, nós te guardamos com carinho do lado esquerdo do peito.

Sua irmã e amiga

Ivone Gebara.